Hoje será inaugurada na Antártica, a Estação Antártica Comandante Ferraz, nova base brasileira, ela é sustentável e permite realização de pesquisas. A construção substitui a instalação perdida por um incêndio em 2012 e é considerada parte do território nacional.
A estação está adaptada para receber pesquisadores das áreas de oceanografia, glaciologia e meteorologia. São 18 pesquisas em andamento que envolvem mudanças climáticas, monitoramento da camada de ozônio e produção de medicamentos. A Agência Internacional de Energia Atômica e cientistas da Fiocruz participarão de pesquisas por lá. A Fiocruz terá um laboratório exclusivo de microbiologia para pesquisar fungos existentes apenas por lá.
As pesquisas realizadas em solo antártico são variadas e cobrem diferentes áreas do conhecimento. De acordo com um dos editais mais recentes do Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq), de 2018, as propostas de projetos aprovados vão de geologia a medicina.
Veja abaixo as áreas de estudo:
- O papel da criosfera no sistema terrestre
- Dinâmica da alta atmosfera na Antártica
- Mudanças Climáticas e o Oceano Austral
- Biocomplexidade dos ecossistemas antárticos
- Geodinâmica e história geológica da Antártica
- Química dos oceanos, geoquímica marinha e poluição marinha
- Biologia Humana e Medicina Polar
- Inovação em novas tecnologias
São 4.500m² que acomodarão até 64 pessoas. “A construção foi desenhada para resistir a ventos de até 200 km/h e suportar temperaturas negativas entre -20 e -30 graus, comuns no continente antártico”, relata o arquiteto Emerson Vidigal, um dos autores do projeto. A elevação do prédio em relação ao solo também tem a ver com as características da região. “Quando se constrói dessa forma, a passagem do vento evita o acúmulo de neve, varrendo naturalmente o espaço entre a edificação e o chão”, esclarece Vidigal .
A maior preocupação dos arquitetos foi a segurança, por isso, entre todas as unidades da base foram instaladas portas corta-fogo e também foram colocados sensores de fumaça e alarmes de incêndio.
Outro ponto importante é a sustentabilidade e a autossuficiência do edifício. “Consideramos a eficiência energética da edificação em níveis adequados para garantir o conforto dos usuários em um local bastante inóspito. Assim, apostamos na produção da sua própria energia, tratamento da água de consumo e também do esgoto. Todo o lixo produzido no local é separado e embalado para retornar ao Brasil”, diz Emerson.
Segue imagens da nova estação: